On View
THE LIGHT
Vernissage (Private Event)
15th September 2018, 4pm
Public Days
18th September to 8th October, 2018, 9am to 23pm
Tuesday to Sunday
Where?
Museu do Vinho de Alcobaça,
Adega dos Toneis
Rua de Leiria, S/N, Olival Fechado
2460-059, Alcobaça, Portugal
Contact
968497832
museus@cm-alcobaca.pt
info@usia.co.uk
About
A LUZ LIGHT
Artist RVieira
Curadoria de Francisco Lacerda
A exposição A Luz apresenta uma seleção de obras de arte da autoria da artista plástica RVieira, elaboradas entre 2005 e 2018. A obra de RVieira explora a relação entre arte e a natureza, o corpo e o espaço envolvente, a Luz e a Água. A artista desafia ideias e atitudes convencionais através da Luz e da transparência. Demonstra um interesse e preocupação pela natureza e as suas fragilidades, o que acaba por se transformar numa investigação e advertência para o perigo da não proteção dos mares, oceanos, florestas, animais e preservação da natureza.
The exhibition The Light presents a rigorous selection of works of art of high quality, created by the artist RVieira, elaborated between 2005 and 2018. The work of RVieira explores the relationship between art and nature, the body and the surrounding space, the Light and Water. The artist challenges conventional ideas and attitudes through Light and transparency. She shows an interest and concern for nature and fragility, which turns into an investigation and warning of the danger and unprotecting the seas, oceans, forests, animals and the preservation of nature.
By Francisco Lacerda
Artworks Exhibited
Texts
É a luz. A luz azul que vem da costa, onde as praias de areia branca estão repassadas das cintilações de espuma vindas da rebentação das maiores entre todas as maiores ondas do mundo. A luz que se espelha nas falésias rochosas cheias de ninhos de pássaros raros e de fósseis que os meninos procuram com a avidez de cientistas encartados, com casas solitárias alpendroadas no cimo, voltadas em silêncio para a linha do horizonte onde se funde o azul do mar com o azul do céu e os raios do sol fazem ondular a distância. É a luz que lava os olhos dos surfistas repassados de sal e de viagens, para sempre de guarda à rebentação à espera do seu momento certo para que o mar os levante até ao cimo das águas, onde não está mais ninguém senão eles e o silêncio, onde nunca ninguém chegou antes nem nunca ninguém voltará a chegar. É a luz que vem da costa para banhar as aldeias quietas lá mais para dentro da paisagem, igrejas brancas com a sua grande torre do sino na calma de um adro deserto a meio da tarde, casas térreas coladas ao chão ao longo de ruazinhas estreitas onde ninguém tem pressa e toda a gente se conhece. Esta luz visita colinas suaves cobertas de arbustos aromáticos que descem devagar até ao curso de um grande rio que ganha corpo e enche o curso no último braço que corre para a foz, e onde há mais de muitos séculos se viveu a mais bela e a mais trágica história de amor das crónicas da monarquia portuguesa. Esta luz é a luz que uma vez mais e todos os dias nos conta a história de Pedro e Inês.
It’s the light. The blue light that comes from the coast, where the white-sand beaches are soaked with foam scintillations from the surf of the biggest of all the big waves in the world. The light mirroring over the rocky cliffs full of rare birds’ nests and perfect fossils kids hunt for with the tenacity of well-trained scientists, with solitary beach houses hanging up above, silently turned to the faraway horizon where the ocean joins the sky and the sun rays dance away through the distance. It’s the light that bleaches the surfers’ eyes soaked with salt and voyages, forever guarding the surf waiting for their right moment for the sea to rise them to the top of the waters, where there’s no-one else but them and the wind, where no-one else arrived before and no-one will ever arrive again. It’s the light that comes from the coast to bathe the quiet villages further inside the landscape, silent white churches with their big bell-tower in the quiet of the churchyard in the mid-afternoon, ranch houses glue to the ground along narrow streets where no-one is in a hurry and everybody knows everybody else. This light visits smooth hills covered by fragrant bushes that come all the way down to the course of a big river that is gathering body, power, and volume to make through the last stage to its mouth, and where, many centuries ago, our chronicles registered the most beautiful and tragic love story of the Portuguese monarchy. This light is the light that once more and always tells us the story of Pedro and Inês.
Por Clara Pinto-Correia